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terça-feira, 30/08/2005
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Prédio de Escola Estadual será transformado em museu de Arte Moderna Nipo brasileira

Museu Manabu Mabe, em homenagem ao pintor japonês que viveu em nosso País, poderá ser inaugurado em 2008, ano da comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil O prédio […]

Museu Manabu Mabe, em homenagem ao pintor japonês que viveu em nosso País, poderá ser inaugurado em 2008, ano da comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil

O prédio da Escola Estadual Campos Salles, na Capital, desativada há 13 anos, ganhou um novo destino: será a sede do Museu de Arte Moderna Nipo Brasileira Manabu Mabe. O decreto que autoriza o uso do imóvel pelo Instituto Mabe foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin nesta terça-feira, dia 30, no Palácio dos Bandeirantes. A cerimônia também teve a presença do secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita. “O local onde antes crianças e jovens aprenderam agora estará servindo como espaço de cultura, para que ela possa ser difundida e preservada”, lembrou Chalita.

Como será

O prédio cedido pela Secretaria de Estado da Educação será tombado pelo Condephaat com a autorização do Governo por intermédio do Conselho do Patrimônio Imobiliário. O que mais pesou na decisão favorável foi o alto valor que teria de ser investido pelo Estado para restaurar o imóvel. O projeto e os recursos de restauração ficarão a cargo do Instituto Manabu Mabe, que prevê a finalização obra em 2008.

A presidente do Instituto, Yoshino Mabe, viúva do pintor, fez um discurso breve e emocionado. “Que bom saber que temos amigos para construir o espaço que irá homenagear meu marido. Se ele estivesse aqui também seria assim. Mabe era uma pessoa simples. Sempre lutou para conseguir espaço para suas obras.” E completou. “Que o Museu seja o lugar ideal para a apresentação de obras de grandes artistas e talentos.”

Brasil e Japão

Já a importância do povo japonês foi lembrada pelo vice-governador Cláudio Lembo, que preside o grupo de trabalho responsável pela organização da festa que marca os 100 anos de imigração japonesa no Brasil. “Mabe permitiu que Brasil e Japão tenham caminhado juntos na arte brasileira”, disse.

Geraldo Alckmin também citou a forte ligação entre os paulistas e o Japão. “São Paulo é a terra do Japão no Brasil. A maior comunidade está aqui, e o Estado deve muito em relação a construção de São Paulo. Aliás, até hoje o povo japonês têm papel fundamental neste processo, seja no comércio, indústria, agricultura ou no setor de serviços.” A garra do povo japonês também foi lembrada pelo governador. “Nós aprendemos, com a cultura oriental, esse amor pelo trabalho. É ele quem constrói dias melhores.”

O homenageado

Manabu Mabe imigrou do Japão para o Brasil em 1934, com 10 anos de idade, a bordo do Navio La Plata Maru. Aos 18 anos, começou a trajetória para se tornar pintor. Em 1959 recebeu na V Bienal de São Paulo, o Prêmio de Melhor Pintor Nacional das mãos do então presidente da Republica, Juscelino Kubitschek. A partir de 1959 Mabe recebeu diversos prêmios, inclusive o Prêmio Braun, na I Bienal de Jovens de Paris.

Durante todo o tempo dividia a sua moradia oficial no Brasil com pelo menos duas viagens profissionais para Nova York, Paris e Tóquio. No Japão realizou diversas obras importantes, incluindo a Boca de Pano para o palco do Teatro de Kumamoto. Na entrada do Porto de Santos elaborou um painel em mosaico para a Capela da Fortaleza da Barra Grande. Faleceu em 22 de setembro de 1997, em São Paulo.

Celso Bandarra

Fotos: Paulo Cesar