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segunda-feira, 16/03/2020
Boas Práticas

Prêmios, reconhecimento e destaque: a história do Clube de Ciências “Meninas nas Exatas”

Iniciativa na Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos, ganhou vários prêmios e ultrapassou os limites da escola

Durante o mês de novembro, a indústria do cinema se volta aos indicados e vencedores de diversas premiações de melhores do ano. Sempre há um grande favorito que leva diversos prêmios e chega ao principal evento, o Oscar, como favorito. Algo parecido acontece com as alunas Beatriz Camargo, Fernanda Menezes, Julia Ranzula, Maria Julia Salvador Porcino, Mariana Franco e Raquel Barbosa.

Juntas, elas já conquistaram o primeiro lugar na Feira de Ciências organizada pelo CEFOP – Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica da USP, foram destaque no Movimento Inova – Hackathon, que aconteceu em dezembro na EFAPE; e ainda participaram do SIAGRO 2019 – Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária, no setor de Startups, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Tudo por causa de um projeto que tem como principal objetivo diminuir o desperdício da merenda escolar.

A iniciativa, coordenada pela professora Bárbara Daniela Guedes Rodrigues, aconteceu na Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha, em São Carlos. As meninas participam do Clube de Ciências “Meninas nas Exatas”, que tem aulas de programação e construção de dispositivos, entre outros temas. A partir dessas aulas, elas colocaram no ar o site JADes – Juntos Acabaremos com o Desperdício.

Ele informava o cardápio semanal da merenda e os alunos poderiam responder o que iriam comer ou o que não iriam comer. Assim, as merendeiras conseguiriam preparar a merenda de acordo com a real demanda dos alunos. O sistema também tem espaço aberto para que todos deem suas sugestões sobre o que é servido, além de dicas de nutrição, e, claro, informações sobre o impacto social do desperdício de alimentos no mundo.

O projeto virou tão famoso que já virou rotina para a professora passar um tempo fora de São Carlos contando a experiência a outras pessoas. “A gente amadureceu muito no processo. Foi uma experiência incrível, desde ficar no hotel em São Paulo, depois participar de dois dias intensivos de estudos, aprendizados, mentorias. Aprendemos bastante coisa, e de pontos de vista diferentes, educacional, empresarial”, conta a professora Barbara.

Além do Clube de Ciências, a Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha mantém uma parceria com a USP São Carlos. Chamada de “GRACE – Grupo de Alunas de Ciências Exatas”, a iniciativa oferece atividades de extensão na área de Tecnologia para o público feminino. As estudantes participam de cursos todos os sábados, de programação Python e robótica. Inclusive, a professora possui uma bolsa do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, para dar continuidade às atividades na escola.

“Acredito que a motivação é sempre o aprendizado dos alunos, que têm a oportunidade de vivenciar experiências únicas. E outra, é mostrar as realizações e as dificuldades de uma metodologia científica, para que, quando chegarem em uma universidade e ao mercado de trabalho, estejam preparados para novos desafios”, ressalta Bárbara.

Em janeiro, as alunas participaram de um curso oferecido pelo MIT, ministrado por alunos dos Estados Unidos. E a rota de premiações, como atores e diretores no cinema, continua. Em breve, elas voltam a viajar para participar da a II Edição da Technovation Summer School for Girls.