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segunda-feira, 13/07/2020
Pais e Alunos

Profissionais da Secretaria de Saúde falam sobre saúde mental e atendimento em SP

Conversa com servidores da Secretaria de Educação ocorreu por meio do Centro de Mídias

Nesta segunda-feira (13) as profissionais da área técnica de saúde mental da Secretaria Estadual de Saúde, Rosângela Elias e Ana Carolina Pegoraro Martins, falaram sobre estratégias e fluxo de atendimento ao público no Estado de São Paulo. O encontro aconteceu no Centro de Mídias SP (CMSP) e contou com a participação do secretário executivo de educação, Haroldo Corrêa Rocha.

“É uma experiência muito gratificante para nós da saúde estar em contato próximo com a educação. Essa convergência entre as políticas públicas é um grande desafio e um grande anseio de quem trabalha com as questões de saúde mental”, afirmou Rosângela Elias.
Ela explicou como funcionam as estruturas em que são organizados os fluxos de atendimentos e quais são os recursos disponíveis para a população. Afirmou também que, diferente do que muitos acreditam, a saúde mental não está restrita aos ambientes fechados como nos manicômios, e nem é excludente.

“Aproveito e faço um paralelo para nós de educação com a política de inclusão dos alunos especiais, como exemplo os autistas, no ambiente escolar regular. A obrigatoriedade é muito recente, entrou em vigor a partir de 2010”, complementou o secretário executivo, Haroldo Rocha.

Com as novas políticas de saúde mental, pacientes com transtornos mentais podem ter acesso aos cuidados da rede pública da mesma forma que para qualquer outra questão de saúde, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS). É nesse equipamento, presente em todas as cidades do Estado, que há a escuta inicial dessas demandas.

Além das UBSs, existem os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) que atendem casos de maior gravidade e estão distribuídos por modalidades pelo Estado considerando as bases populacionais dos municípios e regiões.

Rosângela avaliou que as demandas que podem surgir devido a pandemia, nas escolas, em um primeiro momento, devem ser encaminhadas a UBS local. “Precisamos ter clareza de que não é a escola que vai fazer o diagnóstico do caso, mas o professor e a unidade escolar são fundamentais para olhar o adolescente e a dinâmica que está se apresentando na escola. A partir daí poderemos desenvolver uma parceria mais próxima e acolher toda a população que tiver essa necessidade”, explicou.

A psiquiatra Ana Carolina Pegoraro Martins citou como apoio o manual, disponibilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sobre os Primeiros Cuidados Psicológicos com técnicas de acolhimento e escuta qualificada para não profissionais. Você pode acessar o material aqui.

Ela ainda informou sobre as estatísticas mundiais que apontam que, uma em cada cinco crianças possui algum transtorno mental. Se os testes fossem aplicados em uma sala com vinte alunos, quatro apresentariam algum transtorno, e não necessariamente autismo ou deficiência intelectual, mas ansiedade e depressão, que, de acordo com ela, infelizmente podem acometer crianças pequenas. “Obviamente ninguém espera que o professor faça diagnóstico, mas espera-se sim que o professor tenha um olhar para as crianças que adoecem por conta disso e uma sensibilidade para saber o que seriam comportamentos de risco”, explicou.