Trilha de Letras e Números em Ação quebram recordes com jogos divertidos.
Desde o ano passado, as aulas de reforço escolar dos alunos das 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental da rede estadual paulista são as mais concorridas das escolas. A utilização da tecnologia no reforço é a grande responsável pelo interesse dos estudantes com dificuldades de leitura e escrita e no aprendizado da Matemática. Quase 90% dos alunos recuperaram o conhecimento pelos projetos Trilha de Letras e Números em Ação.
Dados preliminares de um levantamento realizado em 78 Diretorias de Ensino, apontam que na disciplina de Língua Portuguesa (Trilha de Letras) 88,4% dos 17.704 alunos da 5ª série e 93,8% dos 13.659 alunos da 6ª, se recuperaram de suas dificuldades e não precisaram continuar no reforço este ano.
Na área da Matemática o índice de recuperação foi melhor ainda: 89,1% dos 14.604 alunos da 5ª série; e 94,8% dos 11.416 alunos da 6ª. “A mudança de ambiente para a realização das aulas de reforço, aliada à facilidade com que as crianças e jovens lidam com a tecnologia e a utilização dos aplicativos Virtus Trilha de Letras e Números em Ação, compostos por jogos e atividades interativas que desenvolvem o raciocínio lógico e a produção e interpretação de textos, de uma forma lúdica, com certeza são a fórmula para o sucesso deste projeto. Tanto os alunos como os professores o aprovaram. Por isso, este ano, ampliamos o atendimento do projeto para 70 mil alunos”, explica o diretor de TI da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), Milton Dias Leme.
O Trilha de Letras e Números em Ação, de Português e Matemática, respectivamente, trabalharam com mais de 57 mil alunos nas salas de informática, entre agosto e dezembro de 2004. Os projetos foram desenvolvidos pela equipe pedagógica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) a pedido da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP), da Secretaria de Estado da Educação.
O projeto propõe a utilização de novas tecnologias da informação na relação entre professores e alunos. Além de melhorar o aprendizado, o programa gera inclusão digital, nas comunidades mais carentes.
Para o secretário-adjunto da Educação, Paulo Barbosa, é importante investir em projetos pedagógicos aliados à tecnologia: “ As crianças entram em contato com essa nova linguagem e passam a usar os recursos na rotina diária. É necessário oferecer a elas os instrumentos essenciais a esse aprendizado e, mais ainda, garantir condições para que isso ocorra. Por isso, não basta informatizar, temos que oferecer os projetos pedagógicos e a capacitação dos professores para que o programa tenha eficiência e qualidade”.
Escolas que já trilharam o caminho
Na Escola Estadual Albino César, localizada no bairro do Tucuruvi (zona norte da capital paulista), o resultado do reforço escolar com o uso de tecnologia deu tão certo que o desejo da diretora agora é que o projeto seja estendido para todas as séries do Ensino Fundamental.
“Esta forma diferenciada de reforço tem um resultado excelente. A assiduidade e o interesse dos alunos são visíveis, e podem ser constatados pelos resultados da recuperação de 2004. Até no comportamento dos alunos influenciou: desde a implantação do projeto não tenho depredações ou atos de vandalismo na sala ambiente de Informática. Antes, tínhamos cadeiras e mouses quebrados, e cabos que sumiam. Agora a conservação é geral. Os alunos estão cuidando muito bem do espaço”, avalia a diretora da Escola, Estela Regina Vieira da Cunha, desde 2003 na unidade e há 30 anos atuando no magistério.
De acordo com a diretora, os alunos participam das aulas com prazer. “ No Trilha de Letras – que é o reforço de Português – já fizeram até um jornalzinho. E no Números em Ação há os jogos de raciocíonio, que estimulam bastante os alunos. Até os pais ficam felizes e falam: que bom que meu filho vai ter aula de informática! Eu explico que não é um curso de informática, mas uma aula de reforço com os recursos da sala ambiente. Eles ficam encantados”, diz a professora Estela Cunha.
“Os números comprovam o sucesso do projeto. No ano passado atendemos 57 mil alunos, este ano passamos a atender 70 mil. Agora, estamos realizando uma avaliação externa do projeto como um todo”, explica a gerente de informática Pedagógica da FDE, professora Sílvia Galletta.
Para a diretora da Escola Estadual Adolfo Gordo, zona oeste da capital, professora Aguida Meire Segobia, a chegada no início deste ano do Projeto Trilha de Letras e Números em Ação – reforço escolar com o uso de tecnologias – foi muito bem-vinda, tanto que os pais já pedem para os filhos participarem das aulas, mesmo os que não estão precisando de recuperação.
“Este projeto é apaixonante em todos os aspectos, desde a sua aplicação nas aulas de reforço de Português e Matemática, até na seriedade com que é feita a capacitação dos professores que vão trabalhar com ele. Foi uma inovação da Secretaria utilizar a sala ambiente de informática na recuperação dos alunos com dificuldades. Os assistentes técnicos pedagógicos do Núcleo Regional de Tecnologia (NRTE) da Centro-Oeste dão apoio total aos nossos professores. Este é um projeto que podemos chamar de muito bem-feito e planejado”, declara Aguida.
O começo, há 9 anos
O projeto de informática nas escolas começou em 1997. No início a Secretaria deu prioridade às escolas de ciclo II (de 5ª à 8ª série) e Ensino Médio, pois estes alunos logo ingressariam no mercado de trabalho. “Agora, estamos trabalhando para atender a todas as escolas, inclusive as de 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental. Já temos 84% das 5.408 escolas informatizadas e até o final deste ano devemos atender a todas as unidades. Das escolas com salas ambientes, 2.905 já têm acesso à internet com recursos de banda larga ”, avisa o diretor de tecnologia da FDE.
As salas ambientes de informática da rede estadual paulista, além de beneficiarem 5 milhões de alunos, incluindo-os na era digital, realizam também a inclusão social da comunidade do entorno escolar. Ou seja, aos finais de semana os laboratórios ficam abertos à população para diversas atividades de informática, por meio do Programa Escola da Família.
De outubro de 2003 a outubro de 2005, as atividades de informática aos finais de semana receberam mais de 3,4 milhões de participações.
Outro projeto que utiliza as salas ambientes de informática aos finais de semana é o Escola da Juventude, uma oportunidade para quem não conseguiu concluir o Ensino Médio. Como as aulas acontecem somente aos sábados e domingos, as novas tecnologias são utilizadas para apoiar o desenvolvimento do aluno, que recebe ainda no mínimo 1h30min de inclusão digital por final de semana.
Comunicação/ FDE