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sexta-feira, 09/09/2016
Boas Práticas

Sucatas viram instrumentos musicais nas mãos dos Embatucadores

Professor mantém projeto desde 2003 com alunos da EE Flamínio Fávero

Para uns um passatempo, para outros uma vocação. Presente no cotidiano das pessoas, a música auxilia no processo de desenvolvimento intelectual e aguça a criatividade. E criatividade não falta para os Embatucadores, grupo de alunos da EE Flamínio Fávero, que utiliza o corpo e objetos sucateados para criar performances.

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Inspirado pelo grupo inglês, STOMP, o projeto Embatucadores foi criado em 2003 pelo professor de artes com habilitação em música, Rafael Rip. O professor defende que todas as crianças tenham acesso à educação musical e, com isso, baldes, conduítes, cabos de vassoura e outros objetos reutilizados se transformaram em instrumentos musicais. O resultado dessa mistura, além de um espetáculo à parte para os olhos e os ouvidos, é também identificado na transformação da vida dos alunos.

Rip conta que entre as maiores evoluções identificadas estão o comprometimento, a organização, o respeito, a cooperação, a amizade e a disciplina. E essa mudança vai além dos muros da escola. A aluna Pietra Souza dos Santos conta que depois de entrar para o projeto, a sua relação com o irmão, Matheus Souza dos Santos, mudou completamente. “Aqui a gente precisa se ajudar, se um erra, o grupo inteiro pode sair do tom. Então, aqui, a gente se tornou amigos”, disse.

As turmas são formadas anualmente por cerca de 20 alunos. A sala de ensaio dos Embatucadores foi cedida pela diretoria da escola e está equipada com objetos frutos de doações voluntárias.

Na Vila Nova Cachoeirinha, onde está localizada a escola, o grupo de batucadores já é conhecido e essa fama já se espalhou. O grupo apresenta composições originais e reproduções na Avenida Paulista, em parques, além de serem convidados a se apresentarem em comunidades carentes. “Acho que o momento das apresentações são os mais aguardados pelos alunos. Porque a gente realmente se prepara para isso. A gente estuda, ensaia, troca experiências. Essa é a nossa realização”, disse.

Metodologia

Com três oficinas semanais de uma hora e meia cada, o processo inicia-se com uma metodologia lúdica baseada em jogos musicais e teatrais, passando pela aprendizagem da teoria musical (notação e a leitura), apreciação musical e culmina na realização de performances de percussão e danças com objetos ou instrumentos estudados, tais como: colheres, baldes, cabos de vassoura, mesas, tubos de PVC, por exemplo.

Cada um destes itens requer uma técnica específica de pesquisa das possibilidades sonoras e da movimentação que cada objeto pode proporcionar, somados aos conceitos básicos de música e teatro. “Qualquer coisa pode se transformar em um instrumento de musicalização”, lembrou Rip.