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quarta-feira, 20/04/2005
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Terra Paulista – Jovens: nas salas de aula, a história de São Paulo por suas raízes

O cenário nada tinha a ver nem lembrava currais, peões, carroças, couro de boi, beira de rio, “corgos”, cheiro de mato ou caramanchões. Mas a platéia desta quinta-feira, 14, no teatro […]

O cenário nada tinha a ver nem lembrava currais, peões, carroças, couro de boi, beira de rio, “corgos”, cheiro de mato ou caramanchões. Mas a platéia desta quinta-feira, 14, no teatro do Sesc-Pompéia – cerca de 300 pessoas, a maioria de educadores da rede pública estadual – rendeu-se vibrantemente à performance do coral Vozes de Itu, que apresentou, cantando e em coreografias do imaginário coletivo caipira, o projeto Terra Paulista – Jovens.

A iniciativa leva a assinatura de vários parceiros: Cenpec – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – , Fundação Social Itaú, Instituto Votorantim, Unesco, e Governo do Estado de São Paulo, representado pela Imprensa Oficial e secretarias da Cultura e da Educação. A idéia nasceu no Cenpec pela inspiração de sua criadora, Maria Alice Setúbal, e vai beneficiar diretamente os alunos das 7ª e 8ª séries do ensino fundamental e do ensino médio de 890 escolas estaduais da rede pública de São Paulo.

O projeto – Os alunos dessas escolas terão acesso a um rico conjunto de textos e imagens composto por um kit de dez livros, três jogos de tabuleiro, um almanaque e 12 vídeos-documentários, com informações sobre a história de São Paulo vista por suas manifestações culturais. O Terra Paulista – Jovens foi concebido pelas educadoras Marta Grosbaum e Lídia Izecson a partir de três livros-chave do projeto Terra Paulista: Histórias, Arte, Costumes. Elas fizeram uma imersão no conteúdo desse trabalho e deram o formato didático e rebustecido às informações da pesquisa feita pela equipe de historiadores, antropólogos e educadores do Cenpec.

Os professores vão passar por uma oficina para conhecer em detalhes todo o material e receber orientação para seu uso multidisciplinar em sala de aula. A responsabilidade de conduzir o projeto e ajudar os professores a transmitirem o seu conteúdo será dos assistentes técnico-pedagógicos. Para isso, precisarão usar toda a criatividade possível, como enfatizou a professora Sônia Maria Silva, do CENP ( Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas), que representou o secretário da Educação, Gabriel Chalita.

Ela aproveitou o ensejo para elencar os vários projetos que a Secretaria de Estado da Educação vem desenvolvendo para difundir e amplificar o processo de escrita e leitura na rede de ensino paulista. Destacou, ainda, os projetos em sintonia com a Secretaria da Cultura e grifou, dirigindo-se diretamente aos assistentes técnico-pedagógicos: “Vocês têm um material valiosíssimo para ser trabalhado e tudo o que precisam é usar toda a criatividade para que ele seja efetivamente valorizado junto aos alunos”.

Caipira de Pinda – Sem exceção, todos os representantes da parceria destacaram que a manifestação do governador Geraldo Alckmin e do secretário Gabriel Chalita foi fundamental para alavancar o projeto, encabeçado pela socióloga Maria Alice setúbal. Alias, o desempenho dela à frente do Cenpec foi reconhecido pelo governador, que no início do mês lhe outorgou a medalha da Ordem do Ordem do Ipiranga.

Mas quem revelou o lado pitoresco dos bastidores do encontro com o governador foi a representante da Unesco, Âmbar de Barros. Emocionada, e às vezes até com a voz embargada, ela contou que Alckmin ficou “pirado” quando viu o projeto e, como “caipira de Pinda” – auto-definição para justificar suas origens – determinou que fosse imediatamente colocado em prática. O próximo passo do projeto já está sendo agendado pelos parceiros: uma exposição, ainda este ano, no Sesc-Pompéia, com uma gama de atrações e eventos de matizes e tendências representativas de todas as manifestações culturais de São Paulo. Eta, chão preto!

Daniel Pereira