Peça importante na rede estadual, o professor mediador têm a tarefa de estreitar os laços de amizade e educação dentro das escolas estaduais de São Paulo. Pensando nisso, a Diretoria de Ensino de Votorantim teve a ideia de estender a formação, voltada ao docente, para os alunos da região.
O projeto iniciou por meio de pesquisas da supervisora regional do Sistema de Proteção Escolar da Diretoria de Ensino, Neiva Aparecida Ferraz Nunes. “No ano passado, demos início a um estudo sobre temas de conflitos dentro da escola e descobrimos um trabalho realizado no Rio de Janeiro, em meados de 2002, no qual os alunos das unidades escolares ajudavam na mediação de conflitos dentro da escola. Nesse sentido, surgiu a ideia de tornar nossos alunos mediadores”, afirma.
Inspirada na iniciativa carioca, Neiva, ao lado do outro supervisor regional do Sistema de Proteção Escolar, Marcelo Rocha Godoi, e da professora coordenadora de Programas e Projetos da Educação do Núcleo Pedagógico, Patricia Maria de Luca Bortoluzzi, decidiram elaborar um minicurso sobre mediação de conflitos para os professores mediadores da região trabalharem com os alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
No curso, que teve dez encontros, os estudantes puderam entender mais sobre mediação e sua importância dentro da escola. As aulas foram ministradas pelos professores mediadores, que antes passaram por uma capacitação feita pela diretoria para trabalhar o material do curso. “Fizemos uma apostila para os estudantes com vários temas sobre mediação de conflitos. Cada escola de Votorantim selecionou de dez a quinze estudantes para participar da ação. Algumas dessas escolas já terminaram a formação e agora estão na parte da formatura”, conta Neiva.
Melhora no ambiente de ensino
A ação teve por objetivo diminuir as situações de conflitos dentro do ambiente escolar, além de multiplicar a conscientização dos alunos sobre o assunto. Na E.E. Professora Alice Rolim de Moura Holtz, o processo de formação de alunos mediadores ajudou na melhora da estudante do Ensino Fundamental Maria Clara da Costa Silva, de 11 anos. “A gente aprendeu que a melhor maneira de se resolver conflitos não é na briga ou no tom de voz alta, mas sim conversando com a pessoa”, conta.
“Com essa iniciativa, os alunos tornaram-se ainda mais protagonistas dentro da escola. Eles passaram a auxiliar na mediação de conflitos e isso mudou muito o ambiente dentro de nossas salas de aula”, afirma Luciana de Oliveira Cruz, diretora da unidade de ensino.
O curso também se mostrou eficaz na E.E. Professora Dimpina Rocha Lopes. “Os alunos participantes tiveram uma melhora em autoestima e educação. Com isso, o nosso ambiente escolar melhorou muito”, revela o professor mediador, Tiago da Silva Moreira.